quinta-feira, 13 de maio de 2010

Palestra: Massimo Canevacci na PUC-PR

Convite:

Os Cursos de Sociologia e Comunicação Social da PUCPR trazem no dia 13 de
maio o Antropólogo italiano Mássimo Canevacci para uma palestra no CTCH,
Auditório Alceu Amoroso Lima – 19h.



Massimo Canevacci  Professor da Universidade La Sapienza, em Roma, onde
lecionou Antropologia na Faculdade de Ciências da Comunicação, é professor
convidado da UFSC.O antropólogo é o criador e diretor da revista Avatar e
da revista eletrônica ZON/A,  especializada em temas ligados à
antropologia, comunicação e artes visuais.
Autor de vários livros, entre eles:
A Cidade Polifônica, ensaio sobre a antropologia da comunicação urbana
(1997, Studio Nobel) ele fala sobre o perder-se urbano, fato ocorrido com
ele próprio, em 1984, quando de sua primeira estada em São Paulo. É a
própria experiência de perder-se. “O certo é que perder-se em uma cidade
qualquer é fácil (além de embaraçoso), perder-se em São Paulo é só
vertiginoso”.  Fala assim sobre a comunicação urbana onde arrisca-se um
prefácio metodológico para representar São Paulo,de um híbrido urbano, um
sincretismo topológico-territori al no qual se sobrepõem os sentidos de uma
intensa pós-modernidade. ..
Culturas Extremas: Mutações juvenis nos corpos das metrópoles.
As culturas juvenis não cabem em pesquisas jornalísticas ou em abordagens
generalistas. Fluidas e cambiantes, transbordam pelos poros da metrópole,
organismo vivo a respirar no retorcer de um caleidoscópio de multivíduos.
Não há como apreendê-las nem rotulá-las. Como encerrar em taxonomias
socioantropoló gicas o que é naturalmente vário, fragmentado, policromo?
Como fixar em tabelas o que é móvel e fugidio? Em 'Culturas extremas',
Massimo Canevacci reivindica 'uma espontaneidade metodológica polifônica
que vai de encontro a todo rigor formal monológico, a toda e qualquer
moral holística pensativa, a toda e qualquer implacável estatística'. Na
contramão do discurso científico, 'instrumento para obter financiamentos,
fazer carreira, falar em nome de', o autor adota a metodologia do 'gozo da
diferença'. É isso o que lhe permite freqüentar interzonas urbanas nas
quais estabelecem um fluxo comunicacional direto com os sujeitos, jamais
objetos. Rave, piercing, techno, tatuagem, bodyscape, cut-up, ciberespaço,
fanzine, videoarte - a cultura líquida escorre pelos desvãos da cidade,
despercebida entre as grades enferrujadas do método acadêmico
centralizado. Em vez de tipologias, o que interessa a Canevacci são 'as
zonas limítrofes, os espaços vazios, os desafios panoramáticos, os
atravessamentos' .

FETICHISMOS VISUAIS: CORPOS EROPTICOS E METROPOLE COMUCACIONAL: Nos
contextos metropolitanos descritos de maneira minuciosa por Canevacci,
estão os fluxos comunicacionais carregados de fetichismos visuais,
disseminados, sobretudo, pela tecnologia digital que incorpora os
atratores, por meio de pedaços simbólicos que impõem percepções nada
ingênuas e muito menos manipuláveis. Eliminando essa extensão indefinida
entre olhar e a coisa olhada e indicando novas direções para os
fetichismos visuais praticados e propagados nas metrópoles
comunicacionais.

Neste sentido, as várias linguagens do corpo-bodyscape difundem e, ao
mesmo tempo, representam os vários gêneros e subgêneros na cultura
ocidental, como contexto de pesquisa e laboratório de práticas em que os
corpos se embrenham, provocando a necessidade de se elaborar novos
sistemas perceptivos e novas sensoralidades aplicadas ao dinamismo
contemporâneo.

O clássico conceito de Fetisch, elaborado por Marx e rediscutido aqui,
transforma-se em estilo de vida e envolve aspectos importantes da
comunicação metropolitana. São as práticas que misturam publicidade, moda,
arte pública e design, mutadas a partir da mercadoria clássica em uma
outra, com valor comunicacional.

A trajetória de Massimo Canevacci, como grande leitor de Karl Marx,
Adorno, Weber e, sobretudo, de Walter Benjamin, traz aqui, agora, em
português, análises únicas que sintetizam filosoficamente a proposta de
unir o humano às coisas ou encontrar, nas coisas, o humano. Ou ainda, as
coisas transmutadas em humano, ou como queria Benjamin, humanizadas.
(Osvando J. de Morais)


--
Professora Sandra Maria Mattar
Diretora do Curso de Licenciatura em Sociologia
PUCPR  -  CTCH
Telefones: 32712673/32711651
e-mail: s.mattar@pucpr. br

Nenhum comentário: